Rosa Maria Martelo

En la obra de Adília Lopes hay dos poemas en los cuales la experiencia del sujeto es figurada bajo la forma de la relación entre el guante (que permanece visible) y la mano (que se esconde, pero tal vez para hacerse visible). Partiré de estos dos poemas para analizar las relaciones entre Adília y un otro yo presente en su obra, que, por lo demás, tiene existencia en el registro civil: Maria José Fidalgo de Oliveira (alias Zé, alias el Caballero de Oliveira, alias “monja poetisa barroca”, etc.). ¿Qué contrato de lectura se nos propone cuando, en Manhã y Bandolim, las fotos de Maria José aún niña surgen acompañadas de leyendas como esta, “Adília, Verano de 1964”? ¿Cómo entender que el nombre “Adília” remita a la infancia de Maria José, que es bastante anterior a ese nombre de autor que surge en los libros reunidos em Dobra? Responder estas cuestiones implica interrogar varias formas de hibridismo existentes en la escritura de Adília Lopes.

– – – – –

A luva e a mão

Na obra de Adília Lopes há dois poemas nos quais a experiência do sujeito é figurada enquanto relação entre a luva (que fica à vista) e a mão (que se esconde, mas talvez para ficar à vista). Partirei destes dois poemas para analisar as relações entre Adília e um outro eu presente na obra, de resto, com existência no registo civil: Maria José Fidalgo de Oliveira (aliás Zé, aliás o Cavaleiro de Oliveira, aliás “freira poetisa barroca”, etc.). Que contrato de leitura nos é proposto quando, em Manhã e Bandolim, as fotos de Maria José ainda criança surgem acompanhadas de legendas como esta, “Adília, Verão de 1964”? Como entender que o nome “Adília” remeta para a infância de Maria José, que aconteceu muito antes de esse nome de autor ter surgido nos livros reunidos em Dobra? Responder a estas questões passa por interrogar várias formas de hibridismo presentes na escrita de Adília Lopes.